Alfabetização, ou será Letramento? Qual será a terminologia mais adequada para definir o que queremos desenvolver nos educandos? Estas e outras perguntas permeiam os meus pensamentos sobre qual o real papel do professor. À medida que passo a conhecer um pouco mais sobre estas duas concepções, começo a perceber que não são exclusivos estes pensamentos.
Se alfabetizar consiste em ensinar o código de escrita, e letrar é isto mais a valorização do aprender. É o ler, o comentar, o comparar, o julgar, meu objetivo como educadora é letrar. O conceito de letramento deve ser implantado desde as séries iniciais, pois é neste momento que a criança vai desenvolver o gosto pelo aprender. Claro, não estou pensando que as pessoas não concluem o ensino fundamental única e exclusivamente em função das metodologias do corpo docente, tenho consciência dos fatores sociais, e é a partir deles que quero tornar a escola um ambiente de transformação e desenvolvimento, acreditando na educação como base de uma sociedade mais informada e fraterna.
Segundo Goulart (2005), “o letramento afeta a língua e a língua afeta o pensamento”, portanto, tornar o sujeito letrado, é uma questão além de educacional, é social. Ampliar a visão de mundo destas crianças é como incentivá-las a busca por novos conhecimentos, tornando-os cidadãos capazes de perceber a sua importância para o desenvolvimento da sociedade, num mundo onde impere o respeito pelo próximo e por si próprio. Tarefa esta que me proponho. Educar pensando no processo de letrar, é dar voz ao educando, é permitir que exponham suas ideias e compreendam além do código alfabético, utilizando-se das palavras como uma manifestação de seus pensamentos. Sei que fácil, não é a denominação perfeita, mas querer esta transformação é o primeiro passo.
Prática andante, aula passeio, saída a campo, trabalho de campo, estudo do meio... Entre muitas outras nomenclaturas que significam uma coisa só, desenvolver uma atitude de curiosidade, onde os sujeitos se percebam atuantes e modificadores do meio ambiente. Observar, perceber, contatar, registrar, descrever, representar, analisar, refletir, transformar, conversar, e muito mais possibilidades de explorar as percepções das crianças, para que possam e queiram perpetuar seus pensamentos através da escrita.
Agregar a ideia de letramento a da saída a campo, é querer envolver-se num contexto social vivido por estes alunos, é ir além dos horizontes. Não é só trabalhar português e geografia, mas sim explorar todas as áreas do conhecimento de maneira interdisciplinar, sem fragmentar os conhecimentos. Assim confirma Penteado, no trecho que diz, “os professores precisam se dar conta, por exemplo, de que, ao organizarem com a classe o trabalho de alfabetização e iniciação às operações matemáticas, já estão trabalhando, no plano das vivências as “relações sociais” (1994, pag. 73)”. Isto só reforça a ligação dos conceitos de letramento e aulas passeio, num desenvolvimento significativo no processo de ensino e aprendizagem da comunidade.
Estudar sobre esta metodologia de exploração é melhorar o processo de construção do conhecimento e promover a aquisição de atitudes de comprometimento, tornando a sociedade mais conhecedora de seus direitos e deveres para com a mesma.
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